Reduzir música a um rótulo é extremamente delicado. Ainda mais a música praticada por esses músicos que estarão se apresentando essa semana em São Paulo. Mas digamos que o rótulo é um “mal necessário” e o termo free jazz ao menos dá um endereço ao pretenso espectador. Mas não confunda com um festival que rolou entre 1985 e 2001 e que era patrocinado por uma marca de cigarro.
Resumidamente, o free jazz é um movimento musical que ganhou notoriedade a partir dos anos 60 e que tem como mote principal a improvisação livre. Nomes como Ornette Coleman, John Coltrane, Albert Ayler, Peter Brotzmann, Derek Bailey são boas referências para conhecer o gênero.
Mas se você quer se iniciar no gênero com toda categoria, nada melhor que presenciar a apresentação do quarteto encabeçado por Ivo Perelman que acontece nesta semana em algumas unidades do SESC.
Ivo Perelman é daqueles artistas que engrossam a injusta lista do brasileiro que tem mais prestígio no exterior do que na sua terra natal (vide Moacir Santos, Airto Moreira, Flora Purim, Arthur Verocai, Tânia Maria, Eumir Deodato, Dom Salvador, Cláudio Roditi...). Saxofonista e artista plástico, Ivo têm mais de 30 discos lançados em mais de 20 anos de carreira. Recebeu elogios de publicações como a Down Beat (das mais importantes sobre jazz), do escritor e crítico Gary Giddins (The New York Times, Village Voice e The Sun) e da revista inglesa Wire.
Nestas três apresentações em São Paulo, Ivo Perelman estará acompanhado por Matthew Shipp (piano), Joe Morris (contra-baixo) e Gerald Cleaver (bateria). Músicos de alto calibre, representantes do primeiro escalão do jazz contemporâneo.
Não perca esta excelente oportunidade de prestigiar este grande artista brasileiro e perceber como o jazz está muito além da imagem propagada pela indústria cultural.
09/09 21:30h SESC Pompéia
10/09 20:00h SESC Bauru
11/09 20:00h SESC Osasco
Mais informações: http://www.sescsp.org.br/sesc/
http://freeformfreejazz.blogspot.com/
3 comentários:
óia! visual novo!
cara, concordo com vc em relação à dificuldade em rotular essa música e esses músicos. Eu acabo por usar muito 'free jazz' mais como forma de dar uma ideia do que estou tratando.
Mas é engraçado se a gente ver que, lá no começo dos 60, quando surge o 'free jazz', os críticos/jornalistas tratavam a música radical de então por meio de variados rótulos: 'new thing', 'avant-garde jazz', 'fire music', e até os pejorativos 'jazz anarchy', 'out jazz' e 'anti-jazz'. E o mais curioso é que os músicos de free jazz nunca curtiram ser rotulados assim (da mesma forma que o Portshead não gosta de ser rotulado como Trip Hop).
Mas falar em 'free jazz' ajuda a localizar um pouco esse tipo de som e acho que esse é o caminho mesmo.
E vc, vai conseguir ver os caras ou estará tocando?
É...bem ou mal, em certos momentos os rótulos são inevitáveis!
Estarei no Pompéia, Fabricio!
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