sexta-feira, 14 de maio de 2010

Otis Trio no Janelas de Marina

Por Marina Bastos.

O trio, que às vezes é quarteto: Luiz Galvão na guitarra, André Calixto no sax, Flávio Lazzarin na batera e João Ciriaco no contrabaixo. Foto: Luciano Vicioni.

Sempre achei privilégio ter no meu círculo de amigos tanta gente produtiva, curiosa, criativa. Amigos ligados à música, poesia, moda, literatura, putaria, e outras coisas interessantes. Pois bem, ontem visitei alguns desses camaradas. A serviço. Eu, repórter, eles, a banda de jazz contemporâneo Otis Trio. No começo da semana a Folha de São Paulo fez uma materia dando um super destaque pro grupo. Orgulho. Dor de cotovelo. Também quero fazer uma materia com eles, obstinei-me.
Não sou musicista, crítica musical ou coisa que o valha. Não estava lá pra analisar o som deles. Uma pena, porque se tivesse bala na agulha para faze-lo, adoraria. É uma matéria que busca valorizar a região do ABC, celeiro de grandes artistas, contando um pouco do trabalho bem feito do Otis - Porque essa é a cara do jornal que eu trampo - Deixando clara minha admiração e respeito pelo som dos caras. Porque essa é a minha cara.

Pro jornal sempre rolam uns cortes no tamanho, adequações. Aqui vai na íntegra:


Trio de jazz contemporâneo de Santo André ganha espaço na cena paulistana

O Otis Trio vai se apresentar na Virada Cultural neste fim de semana

Por: Marina Bastos
marina@abcdmaior.com.br


Quem passa em frente à casa em reforma, numa rua tranquila de Santo André, repleta de material de construção na fachada, não imagina que em seu interior, a união de jovens talentos forma o Otis Trio, grupo de jazz contemporâneo que vem ganhando espaço na seletiva cena paulistana.

Mas basta se aproximar um pouco do portão para ouvir os acordes do elegante contrabaixo de João Ciriaco. Ao lado dele estão o guitarrista Luiz Galvão, o baterista Flávio Lazzarin e o ilustre agregado, o saxofonista André Calixto. Em ocasiões especiais e sempre que possível, o trompetista Daniel Gralha e o vibrafonista Beto Montag juntam-se a eles.

No ensaio, lapidam composições autorais que vêm conquistando crítica e público, ao passo que vivem intenso processo de criação. O grupo aposta no estilo que ficou consagrado nas vozes e notas de B.B. king, Chet Baker, Miles Davis, John Coltrane e Ella Fitzgerald, ou mesmo Louis Armstrong. E acrescentaram a isso a ousadia e frescor.

O jazz do Otis equilibra o tradicional e o contemporâneo. A interessante fusão de gêneros clássicos como free jazz, hard bop e trip hop, com o que há de mais atual na música instrumental, agrada os aficionados pelo estilo e também quem não está apto a reconhecer elementos e influências em sua música. É original, bem feito e lisonjeia os ouvidos.

Formado em Santo André no início de 2007, o Otis Trio surgiu informalmente, como conta Luiz Galvão. “O João Ciriaco trabalhava improvisação livre, eu já vinha de experiências com vertentes jazzística e instrumental contemporânea e o Flávio também tinha interesse. Começamos estudar temas juntos e nos improvisos começou despontar a identidade do grupo.”

Eles acreditam que no ABCD existam pessoas interessadas no requinte do jazz autoral, (apesar do trabalho do Otis não ostentar glamour e procurar ser agregador e acessível) tanto é que muitas vezes encontram conterrâneos nos shows em São Paulo, mas foi na capital que encontraram seu público. “Esse estilo requer uma certa regularidade e aqui na Região é difícil encontrar casas que investem no tema, numa programação frequente. Precisamos de tempo para apresentar nosso trabalho e cativar o público, e em São Paulo pudemos contar com essa cultura”, explica Flávio Lazzarin.

Luiz Galvão destaca que o jazz é um investimento a longo prazo para as casas. “Não é um tipo de música que acontece e faz sucesso de uma hora pra outra, as pessoas precisam conhecer, começar a apreciar, valorizar o trabalho de uma banda instrumental, é quase um treino, um processo.” André Calixto acredita que um fenômeno está acontecendo em relação ao público. “Hoje é muito comum vermos um pessoal jovem, que tem sua rotina, seu trabalho, mas à noite sai para curtir um programa até então inusitado pra gente da sua idade, o cara vai ouvir um vinil, um instrumental dos anos 1950, conheço muita gente assim aqui no ABC e o Otis é a trilha sonora desse movimento.”

Atualmente o Otis faz temporada aos sábados no Bar B, reduto de boa música e público apreciador dela e das artes em geral, na República. O grupo, que em 2009 marcou presença no Festival de Inverno de Paranapiacaba, passou também pelo Tapas Club, Studio SP e pelo Berlim, conquistou público, e vem levando o ABCD a conceituados palcos de São Paulo.

Virada Cultural 2010 de São Paulo- O Otis Trio representará muito bem a Região num dos maiores eventos culturais de São Paulo. Domingo (16/05) o grupo vai se apresentar às 14h00 no Palco Matrambowski. Avenida Ipiranga, em frente ao prédio Copan, na República, região central da cidade.
Confira o trabalho do Otis Trio em: www.myspace.com/otistrio

Surrupiado do Janelas de Marina.

2 comentários:

Claudio Cox disse...

Capitão Spaulding falou: Ninguém segura o Otis !

Menina Marina disse...

Puta prazer escrever sobre vocês. Dá gosto de ver uma galera fazendo escambo de talento e de amizade.
Valeu pelo toque sobre localização do Bar B, acho que pra me redimir eu devia ir lá um sabadão e aprender o caminho! rs
Beijo grande, vamos que vamos