A tecnologia digital trouxe à música popular uma acessiblildade maior à mesma, tanto no caráter produção/registro, quanto no caráter do consumo.
Hoje é possível gravar um disco com um investimento baixíssimo se compararmos ao que acontecia há 10 anos atrás. Ao mesmo tempo, o formato mp3 possibilita um acesso mais amplo à produção musical do passado e do presente, tanto por meio dos controversos programas de compartilhamento de arquivos ( Soulseek, Emule etc ), quanto por meio de alguns músicos que disponibilizam suas obras gratuitamente, por livre e espontânea vontade.
Por conta disto, a indústria musical se encontra num mar de dilemas. Como ter lucros exorbitantes dentro deste novo contexto digital ? Como segmentar a música em gêneros e rótulos se a diversidade tende a ser mais ampla e acessível à todos ? Esses são alguns dos inúmeros impasses das grandes gravadoras.
Mas será que esta conjuntura atual em relação à produção e ao consumo da música popular configuram realmente uma revolução ou será que simplesmente a mesma está retornando ao seu estado natural ?
A grandeza das artes supera qualquer coorporativismo, mesmo com um mundo submetido ao regime capitalista. A essência da música popular é a acessibilidade ampla, de todos, sem propriedade. Historicamente, quem sabe daqui a algumas décadas, quando for relatada a história da música popular, o momento da propriedade, do direito autoral etc, talvez represente um capítulo ínfimo, sem tanta relevância.
O momento maior da música popular parece caminhar inevitavelmente ao ' domínio público ', ao ' autor desconhecido '. Como catalogar e dar propriedade aos inúmeros ritmos africanos ou à ladainha das lavadeiras ? Como ter controle sobre o uso de um beat composto num PC ?
Estamos vivendo o paradoxo entre o velho e o novo.
Música de todos e para todos !
2 comentários:
de fato, haverá mudança, muitas, porém, estas maltrataram nossas raízes - e os discos, os livros, onde ficarão?
a tecnologia nem sempre nos tráz o bem, na verdade contribuem com a nossa loucura surreal..., porque pelo que parece, é que temos que seguir esse rítmo imposto, acelerado, que concerteza nos desgasta corroendo-nos em tempo real.
é isso..
um forte abraço meu querido!
opa!
escrevi errado: com certeza, é o tempo real..rsrs
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